Numa noite serena de abril, há meio século, Portugal despertou para uma nova era. Era o amanhecer do 25 de Abril de 1974, um dia que ficaria gravado na memória coletiva como o momento em que a liberdade triunfou sobre a opressão.
Os cravos vermelhos, que adornavam os canos das armas dos militares, tornaram-se o símbolo de uma nação que se libertava das correntes da ditadura e abraçava a promessa de democracia.
Hoje, enquanto refletimos sobre as conquistas daquela época revolucionária, é imperativo olhar para os desafios contemporâneos. Vivemos numa era digital, onde a informação flui livremente, mas nem sempre com a clareza e a verdade que merecemos. A globalização e a geopolítica redesenharam o palco mundial, e a economia enfrenta transformações sem precedentes.
Por isso, eu vejo a nossa pertença à União Europeia como um bastião de estabilidade e desenvolvimento. A UE tem sido um farol de liberdade, um espaço de união entre as nações para enfrentar desafios comuns, desde a crise climática até a necessidade de uma economia digital inclusiva, passando por aquilo que não podemos ignorar, as guerras e os regimes autoritários. É aqui que Portugal pode e deve desempenhar um papel ativo, contribuindo para uma Europa mais forte e resiliente, num mundo ainda marcado por conflitos, e onde a liberdade está sob ameaça em muitas regiões.
A União Europeia oferece-nos a plataforma para ultrapassar os desafios do século XXI. Juntos, podemos construir uma economia que não apenas prospere, mas que também seja justa e acessível a todos, garantindo que cada cidadão tenha acesso à educação, saúde e habitação. Juntos, podemos enfrentar a crise climática, adotando políticas com as pessoas e para as pessoas que protejam o nosso planeta para as gerações futuras.
E enquanto olhamos para o futuro, não podemos esquecer o poder que reside nas nossas mãos. O poder de votar. No dia 9 de Junho, teremos a oportunidade de moldar o destino da nossa União através das eleições europeias. Este é o momento de fazer ouvir a nossa voz, de reafirmar o nosso compromisso com a liberdade e a democracia.
Portanto, apelo todos os portugueses a participarem neste ato cívico. Vamos honrar o legado do 25 de Abril, não apenas celebrando as liberdades que conquistámos, mas também exercendo o nosso direito de votar.